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Coragem

| segunda-feira, 17 de agosto de 2009 | |

Escreveu a carta de despedida e foi embebedar-se para o bar para ganhar coragem de a entregar. Começou com shots de whisky perseguidos por imperiais e acabou na coboiada que era o vodka gelado só com umas gotas de limão. Era o aniversário de alguém mas a partir de uma certa altura era ele que mandava vir e pagava as rodadas. Cantou com a banda residente e dançou apertado com as bailarinas de serviço. Toda a gente lhe dava palmadinhas amistosas nas costas e em pouco tempo arranjou um grupo de novas amizades etílicas. Ao fim da noite, já descamisado, sorvia shots de gelatina em cima da barriga lisa de uma jovem cujo nome ignorava.
No outro dia acordou como se tivesse presidido ao apocalypse. Não se lembrava de absolutamente nada da noite anterior, apenas da carta que continuava em cima da escrivaninha. Meteu-a no bolso e foi direito ao bar; precisava urgentemente de duas coisas: matar a ressaca e ganhar coragem...

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