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Exit

| segunda-feira, 31 de agosto de 2009 | |


«Não existe saída deste deserto, pois não?» perguntou Anacleto ao tuaregue. «Enquanto estiveres armado em camelo, não!» respondeu o tuaregue que era formado em altas filosofias e matemáticas, mas que de caminhos só conhecia um, o seu. Entretanto sentou-se e iniciou um conhecido ritual, - estava na hora do chá.
«Chá de menta?» ofereceu a Anacleto que aceitou de pronto. «Andas a dormir estrangeiro Anacleto. Estás a dormir agora mesmo; procuras uma saída no deserto e olhas para mim quando devias era olhar para ti próprio...» o outro continuava a olhar para o “Abandonado de Deus” naquela forma que era peculiar aos bois quando defronte de palácios. Beberam o chá e sentiram-se melhor, mais frescos. «Devo então seguir para ocidente portanto» balbuciou Anacleto tentando mostrar-se entendido no assunto. O tuaregue, cansado de tanta teimosia, jogou a mão ao alforge e retirou de lá um bússola que entregou ao ocidental. «Toma, é tua, deve chegar para encontrares a saída». De pé, Anacleto segurou a bússola na palma da mão e constatou de imediato que esta estava avariada: para onde quer que se virasse a seta apontava sempre para ele.

4 comentários:

calamity Says:
31 de agosto de 2009 às 20:57

Vou roubar!

abreijos

El Matador Says:
31 de agosto de 2009 às 21:19

Eheh, Força!

FacAfiada Says:
1 de setembro de 2009 às 02:22

Já te tinha saudades!

E um chá de menta também ia ... dentro de dias vou para o deserto queres que te traga alguma colherada de areia??

El Matador Says:
1 de setembro de 2009 às 08:12

Nem de propósito.
Uma colherada de areia e uma rosa daquelas, sff.