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por mais alguns 50 minutos

| sexta-feira, 27 de abril de 2012 | |

Espera lá, se a outra do meu futuro esperou por mim 50 minutos, e não me encontrou por eu estar aqui, não deveria ter chegado aqui 50 minutos depois, uma que pertencesse ao meu presente, à hora do nosso encontro, ainda que não soubesse nada deste tropeção quântico? Aquela que corresponde a este presente não marcou nada contigo. Como assim? Tu neste presente só existes a partir do momento em que chegaste aqui às 13h30; ainda não tiveste interacção com ninguém a não ser com essa outra que te piscou o olho e que tu deixaste ir. A tua existência neste tempo tem apenas 150 minutos, és um recém-nascido. 'pera lá, atão agora dizes-me que sou um bébé, 'tás parvo? Temporalmente neste espaço és uma criança, ninguém te conhece, és um estrangeiro. Um estrangeiro? O que é que isso quer dizer? Que tens que começar tudo outra vez, lamento. O quê, mas isso não é a reincarnação? Não quero, não vou repetir tudo outra vez. Tecnicamente não reincarnaste, antes destemporalizaste, por isso o começar tudo de novo não tem que ser mau, vê pelo lado bom, podes corrigir ou evitar os erros do teu antigo passado, construir aqui um presente melhor, serás um homem mais evoluído, terás as presciência do engano. Serei um homem do futuro! Exacto, um homem do futuro, mas no passado é claro. Sempre à frente. Nem que seja por 50 minutos.
Deus dá nozes a quem toca guitarra.

1 comentários:

Briseis Says:
8 de maio de 2012 às 23:40

Oh...eu sou mais ou menos assim... mas ao contrário. Chego sempre no "último autocarro", no que se atrasa 50 minutos... Quiçá? Um dia tropeço no Abrenúncio e ele me acerta os ponteiros...